Contra o Crack e a Volta da Joia Rara

Grêmio acede à campanha contra o crack e irá levar jogadores a escolas

Como de costume o Grêmio será o primeiro clube brasileiro que participará do projeto "Craque que é craque não usa crack", promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). 

Dentre as ações planejadas pela parceira está a visita a escolas públicas por parte de jogadores profissionais, atletas da base, dirigentes e médicos do Grêmio para falarem a respeito de como o esporte pode ser uma forma de manter os jovens afastados da droga. Além disso, terá um curso sobre a dependência química provocada pela droga, serão promovidos com conselheiros comunitários, coordenadores das escolinhas do Grêmio, membros do Instituto Geração Tricolor (IGT) e voluntários.

Nossos garotos-propaganda serão Barcos e Luan e também nosso atacante campeão do mundo em 1983, Tarciso. Parabéns ao Grêmio pelo gesto nobre.

Nossa Joia volta após ser punido por uso de substância proibida 

Depois de um longo ano longe dos gramados, o meia Felipe Ferreira, de apenas 19 anos, voltou a atuar, no jogo de quarta-feira contra o Brasil de Pelotas no estádio Bento Freitas.

Após o jogo disputadíssimo entre as duas equipes, os jogadores do Grêmio B se reuniram na famosa roda de orações para dedicar o ponto ganho a Felipe, a emoção tomou conta de todos, pois o jovem além de entrar, foi decisivo para o nosso gol de empate.

Além de Felipe, o meia Matheus Oliveira, teve seus exames positivos para a substância methylhexaneamine após a partida contra o Vitória pela Copa do Brasil Sub-20, em 28 de novembro de 2012. A punição saiu em 2013, após a contraprova. O caso de doping teve consequências sérias no Grêmio. Como a demissão do então preparador físico da base Diego Mello.

Diferentemente de Mello que saiu, a dupla de garotos continuou no clube. Não foi fácil deixá-los motivado durante a pena, de acordo com o dirigente Júnior Chávare a solução partiu de um trabalho multidisciplinar. Tudo começou por um acompanhamento psicológico ferrenho. Em campo, foi recolocado no projeto Lapidar e aproveitaram o ostracismo para aprimorarem a parte técnica. Outra estratégia foi colocar no papel a confiança.

Não estava prevista a viagem de Felipe a Pelotas, Mabília sempre seleciona 20 garotos. O meia só foi por uma série de desfalques de última hora, como uma contusão de Angelo e uma virose de Lucas Gabriel. Ao saber que ia viajar, seus olhos brilhavam. 

O jovem então entrou aos 17 minutos do segundo tempo, na vaga de Canhoto, e deu o passe decisivo aos 25. Aproveitamento de luxo, que rendeu elogios de Marcelo Mabília, que já era seu técnico na época da polêmica.

Felipe Ferreira tem o estilo do "enganche" clássico, daqueles forjados no futebol platino. Além do passe que já mostrou ser preciso, tem uma canhota poderosa. Após o jogo, mesmo satisfeito com sua contribuição, lamentou, sem deixar cair o sorriso:

- Não sobrou uma bola para eu arriscar!

Não precisava, pois Felipe Ferreira já havia mostrado o suficiente para confirmar que, acima de tudo, estava bem e feliz. Nessa idade, isso é o que mais importa.