Última rodada do Campeonato Brasileiro de 2002. O Internacional vai a Belém enfrentar o Paysandu e precisava da vitória para evitar o rebaixamento. Do outro lado, o Papão já estava salvo, mas queria terminar a campanha com uma vitória diante de sua torcida. Assim, partiu para cima de um adversário nervoso e venceu por 3 x 1, gols de Vandick (2) e Vélber, com Mahicon Librelato diminuindo para os gaúchos. Com esse resultado, o Internacional era rebaixado pela primeira vez em sua história.
Foi um grande choque para o Brasil. Afinal, em um mesmo dia eram rebaixados Internacional, Palmeiras e Botafogo (o Gama também caiu). Imediatamente, começou-se a se falar sobre a possibilidade de virada de mesa. Mustafá Contursi aventou essa possibilidade, argumentando que essas três equipes deveriam ter o mesmo direito do Fluminense de ter uma “segunda chance”. Como Fernando Carvalho e Bebeto de Freitas não embarcaram no “projeto”, o trio acabou realmente jogando a Segundona.
Aí havia um problema. Inicialmente, a CBF previa que só haveria a troca de dois clubes entre as Séries A e B no final de 2003. Ou seja, um dos três grandes rebaixados teria de ficar ao menos dois anos longe da elite. Para que isso não se concretizasse o Clube dos 13 tentou negociar para haver quatro que subissem e descessem. Era a condição para abortar o plano de virada de mesa, mas o medo de outros times grandes caírem era forte também.
Desse modo, quando se imaginava que haveria um Brasileirão normal em pontos corridos, decidiu-se pela criação de uma repescagem. Campeão e vice da Segundona subiriam no lugar de último e penúltimo da Série A. Além disso, terceiro e quarto da segunda divisão fariam um quadrangular com 23º e 24º da primeira. Outra mudança: a Série B não seria em pontos corridos como imaginado, mas em turno único, com oito times passando para a segunda fase e formando dois quadrangulares semifinais, de onde sairiam os dois times do quadrangular final.
O trio começou claudicante, mas foi se encontrando na Segundona. O Palmeiras contava com Marcos, campeão do mundo no ano anterior, e Magrão, além da geração vice-campeã da Copa São Paulo daquele ano. O Botafogo apostava em jogadores experientes. O Inter tinha o técnico Muricy Ramalho e lançava a dupla Daniel Carvalho e Nilmar. Apenas Remo e o surpreendente Marília tinham fôlego para seguir os grandes na Série B na primeira fase.
Na segunda fase, o Internacional ficou no mesmo grupo de Botafogo, Brasiliense e Marília. O Colorado sentiu a falta de experiência e, nervoso, perdeu do Marília na primeira rodada. Depois empatou em casa com o Brasiliense e ficou em situação extremamente delicada. Dois empates com o Botafogo praticamente eliminaram os gaúchos, que passaram a depender de vitórias nos dois jogos finais para se classificar.
O jogo contra o Brasiliense em Taguatinga foi uma batalha. Iranildo abriu o marcador para o Jacaré, mas Jefferson Feijão empatou no início do segundo tempo. Aos 35 minutos, Daniel Carvalho virou a partida para os colorados. Nos 10 minutos finais, a pressão do Brasiliense foi intensa, mas Clemer assegurou a vitória com duas defesas espetaculares.
Ainda era preciso bater o Marília em Porto Alegre. Os paulistas jogavam pelo empate e armaram uma forte retranca. Com a torcida lotando o Beira-Rio, o Internacional sufocou o adversário, que não resistiu e caiu por 2 x 0. Com muita dificuldade, o Colorado estava no quadrangular final com Botafogo, Palmeiras e Sport, mantendo vivo o sonho do Clube dos 13 de ter o trio de volta à elite em um ano.
Com a liderança de Marcos e Magrão, os palmeirenses dispararam na ponta e conquistaram o título com apenas dois empates (um no Beira-Rio e outro no Caio Martins) em toda a fase decisiva. Enquanto isso, Internacional e Botafogo lutaram ponto a ponto pela segunda vaga.
Na penúltima rodada, houve um confronto direto em Niterói. As duas equipes estavam muito tensas e a experiência maior do Botafogo prevaleceu. Com gols de Dill e Camacho, os cariocas ficaram com os três pontos e a promoção praticamente garantida. Na última rodada, o Botafogo perdeu do Palmeiras, mas o Internacional não passou de um empate com o Sport em casa e foi para a repescagem.
Os tropeços nos momentos finais abateram demais o Internacional. O time perdeu a confiança em si mesmo e só fez um ponto nas três primeiras rodadas da repescagem (perdeu de Paysandu e Sport e empatou com a Ponte Preta). Na quarta partida, Nilmar teve grande atuação e o Colorado venceu os ponte-pretanos por 3 x 0, voltando à disputa. Depois, os gaúchos superaram o Sport e empataram com a Ponte Preta na segunda posição (o Paysandu já assegurara a permanência na elite).
O jogo decisivo foi contra o Paysandu em Belém. Como no ano anterior, a sorte do Internacional era decidida contra o Papão. Os paraenses tinham a equipe mais forte da chave com folgas, tanto que haviam feito boa campanha na Libertadores só estavam na repescagem porque perderam oito pontos na Justiça. O time, porém, esteve irreconhecível e caiu por 2 x 0 sem esboçar reação. A torcida bicolor disse que havia “marmelada”, mas o Colorado venceu e conseguiu retornar à elite.
Houve muita festa no Beira-Rio. No entanto, a passagem pela Segundona deixara marcas. Fernando Carvalho não conseguiu se reeleger na presidência do clube, dando lugar a Vitorio Píffero. Daniel Carvalho e Nilmar foram vendidos para o clube fazer caixa. Muricy Ramalho não renovou seu contrato, pois aceitou o convite para ser o substituto de Roberto Rojas no São Paulo. Para o comando da equipe, o clube escolheu Joel Santana, apostando em sua capacidade motivacional e a experiência em trabalhar com jogadores veteranos.
Com o trabalho destruído rapidamente, o Internacional voltou a lutar contra o rebaixamento. Só evitou a queda em 2004 e 2005 porque, mesmo com o fracasso da política de contratar veteranos, apareceram jogadores jovens como Rafael Sóbis e dois líderes: Fernandão e Tinga. Assim, o Colorado permaneceu no pelotão intermediário. Muito pouco para sua torcida, que via o rival Grêmio ostentar um título mundial e dois da Libertadores. E os colorados nem podiam retrucar, dizendo que o Tricolor já havia sido rebaixado…"
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sábado, 17 de novembro de 2012
"E se o Internacional fosse rebaixado em 2002?
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bem a calhar... hoje mesmo no dizimista CP materia sobre o suborno para que o paysandu jogadores do paysandu amolecessem...
ResponderExcluirNa Italia por muito menos, clubes e dirigentes já foram punidos e presos.
Esta foi a maior vergonha para o povo paraense no futebol profissional. Até hoje nas ruas de Belém sempre é lembrado este roubo.
ResponderExcluirGuilherme Minssen
Cônsul Grêmio Belém - PA
Saudações de PRIMEIRA, bi-segundinos. Sonhadores como sempre né? Olhem para vocês, se o Inter pagou ou não para não cair, foi para um time, na última rodada, já o g.. teria que comprar meio campeonato, pois sempre foi rebaixado com antecedência. Abraço amigos.
ResponderExcluirTime grande não cai...
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