Hoje,
22 de setembro, é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Para o
Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB, uma data da maior importância. Nunca é
demais ressaltar que, em sua origem, o movimento paralímpico brasileiro surgiu
a partir do movimento de luta das pessoas com deficiência, como meio de
afirmação de seu potencial.
Não
por coincidência, amanhã, dia 22 de setembro, comemoraremos pela primeira vez o
Dia Nacional do Atleta Paralímpico. Pela primeira vez, já que a data foi
oficializada pelo Congresso Nacional ainda este ano. Justo reconhecimento aos
atletas que tanto orgulham o Brasil. Colocar o Brasil como sétima potência
mundial não é fácil em nenhum ramo de atividade. No esporte, meio extremamente
competitivo por definição, mais difícil ainda. E os atletas paralímpicos
brasileiros conseguiram. Deram um show.
É fundamental a conexão entre as duas datas:
Luta da pessoa com deficiência e atletas paralímpicos. O esporte tem um poder
transformador inquestionável. É uma das ferramentas mais poderosas para
promoção da saúde, educação e inclusão social. No caso dos atletas com
deficiência, o esporte tem ainda o poder de por meio da afirmação da diferença,
mudar a percepção das pessoas. Sejam elas com ou sem deficiência.
Delegação
brasileira na abertura da Para olimpíada Quando um brasileiro sem deficiência
percebe que atletas paralímpicos fizeram a bandeira nacional ser hasteada 43
vezes em Londres e o Hino Nacional Brasileiro ser tocado em 21 ocasiões, isso
sem dúvida nenhuma, contribui para que ele perceba as pessoas com deficiência
de outra maneira. Ora, se alguém pode aplaudir e se orgulhar de uma pessoa com
deficiência representando o Brasil, este mesmo alguém percebe que esta mesma
pessoa com deficiência pode ser um amigo, um colega de trabalho, um chefe, um
parente, um namorado (a). Ou seja, é mais um ingrediente neste caldeirão que
chamamos de sociedade.
A
deficiência é UMA das características desta pessoa, dentre dezenas de outras.
Não a mais, nem a menos importante. Uma delas. E os atletas paralímpicos são
uma representação perfeita deste conceito. O Alan Fonteles, por exemplo não
esconde sua amputação. Com ela, tornou-se um grande atleta e alcançou um feito
histórico no Estádio Paralímpico de Londres ao derrotar o mito Oscar Pistorius.
Alan é amputado sim. Mas também é veloz, também é um grande atleta e também é
um grande homem.
Os
atletas paralímpicos também servem de modelo positivo para aquelas pessoas com
deficiência que ainda não descobriram todo seu potencial. Inspirados pelas
conquistas brasileiras em competições internacionais, pessoas com deficiência
se arriscam mais, no esporte ou em qualquer outro ramo de atividade, seguindo o
exemplo de superação de pessoas como Daniel Dias. Quando nasceu, certamente
Daniel Dias trouxe preocupação a seus pais devido a sua má formação congênita.
Hoje, ele é certamente orgulho de um País inteiro chamado Brasil. Por meio do
esporte, se tornou ídolo, inspirado num outro grande ídolo chamado Clodoaldo
Silva.
Essa
é a grande contribuição que o esporte paralímpico pode dar ao movimento de luta
das pessoas com deficiência: construção de ídolos, de referência positivas e a
mudança de perspectiva de pessoas com e sem deficiência. Não há crise de
identidade no movimento paralímpico. Em nosso DNA há um forte componente social,
pelo efeito que o desempenho dos atletas promove. Mas esse efeito só se
consegue por meio do alto rendimento, da excelência esportiva. Tratar os
atletas paralímpicos puramente como os atletas que são, é a melhor forma de
promover a igualdade e deixar que eles inspirem as mudanças sociais por meio de
suas conquistas.
Surgimos
do movimento de luta das pessoas com deficiência e para este movimento é que o
esporte paralímpico oferece seu maior legado. Com as incríveis performances dos
Jogos Paralímpicos de Londres 2012, comemoremos estas importantes datas e
pensemos em seu significado.
*Texto
escrito pelo Presidente do CPB, Andrew Parsons.
Lembrando que o @BlogDoImortal ta na briga juntamente com Osório Martins por mais acessibilidade, e hoje não iriemos deixar está data passar em branco.
#MaisAcessibilidade #ArenaAMelhorDasAméricas
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