Em plena semana que o GFPA vai
disputar uma parada duríssima frente ao líder do Brasileirão, recebo a notícia
do Conselheiro Airton Ruschel que o CD do clube aprovou a criação do cargo da
vice presidência de futebol de forma oficial, inclusive fazendo parte do CA
(Conselho de Administração), com autoridade e voz para administrar o vestiário
com o respaldo político e administrativo da direção do clube. Este cargo
continuará sendo um cargo de confiança do Presidente do clube, segundo ainda o
amigo Airton Ruschel, será indicado pelo
mandante maior do GFPA, o que aumenta ainda mais a importância dessa escolha,
porque ele será o porta voz do Presidente dentro do vestiário. Não quero aqui
me debruçar sobre quem vai ou não vai ser escolhido, muito menos entrar no
mérito da escolha, o que importa é que depois de muito tempo vamos ter
novamente uma pessoa da confiança da direção do clube para participar do
cotidiano do vestiário, podendo inclusive antecipar questões que eventualmente
poderão afetar o desempenho do time.
Também estou muito curioso para
saber que dimensão dessa autoridade será conferida a esse futuro Vice
Presidente no que tange notadamente as questões de gestão de egos dentro do
vestiário, isto é, esse Vice terá espaço para discutir com a comissão técnica
opinando sobre o comportamento e desempenho
do time, dos jogadores, e em especial do rendimento dentro e fora do
campo do grupo ? Pois é amigos, ai é que mora a questão central sobre a escolha
desse novo Vice, independente de quem for nomeador, o escolhido terá que ser
uma pessoa que domine amplamente o comportamento dos jogadores e comissão
técnica, porque normalmente um dos maiores conflitos que temos na gestão de
liderança se refere a personalidade dos atores envolvidos. Existem lideranças
positivas, mas também há liderança negativas em qualquer ambiente,
especialmente em espaços competitivos como é o caso de um vestiário. Apenas
para citar um exemplo, todos nós conhecemos o "estilo" do LFScolari,
dependendo do lado que estiver a gangorra (momento do time) ele é mais ou menos
digamos assim, polido, para não dizer outra coisa, então vejamos, vamos
hipoteticamente imaginarmos que amanhã, para o jogo contra o Cruzeiro, esse
Vice já tivesse assumido, e por alguma razão abordasse o tema sobre a
manutenção no time de Zé Roberto na lateral esquerda e Lucas Coelho no ataque, e
que na sua opinião fosse o mais indicado para o time, ao invés do Pará e do
Barcos ! Que perfil deveria ter esse Vice para encarar um papo desses com o
técnico ? E mais, qual deveria ser o comportamento desse representante da
direção do clube tendo uma postura de autoridade transversa à responsabilidades
de que é de exclusiva competência do técnico a escalação do time. Aproveitando,
para ficar ainda mais esclarecedor, não preconizo que os Cartolas metam o
bedelho a ficarem pitaqueando da manhã a noite no vestiário, pelo contrário,
apenas defendo que SIM, o clube deve ter
alguém permanentemente no vestiário para entender os critérios que movem a
comissão técnica para a escalação do time em cada partida, acompanhando desde
as questões do DM, passando pelo desempenho do time, chegando até as questões
extra campo que podem afetar o resultado do trabalho em campo. Sei que esse
comportamento é mais ou menos como andar sob o fio da navalha, mas é necessário
e importante, porque somente com alguém credenciado pela direção do clube
dentro vestiário como VICE de futebol é
que teremos uma noção clara sobre a dinâmica do vestiário.
Num passado não tão distante
assim, tivemos exemplos de vices de futebol que foram fundamentais nas
conquistas do GFPA, exercendo um papel fundamental na gestão do grupo, e em
especial no desempenho político junto ao futebol de uma maneira geral, bem como
temos exemplos emblemáticos de pessoas próximas ao futebol com cargos diretivos
mas sem o devido respaldo político para enfrentar questões complicadas, como é
o caso por exemplo, de debater com "estrelas" no comando do time que se recusam a escutar a
direção do clube. No vestiário encontramos jogadores, comissão técnica, DM e
outros (todos funcionários do clube) que recebem como funcionários, mas em
muitas vezes, se comportam como "donos" do time e quiçá da bola
também !!! E é isso, na minha opinião, a principal missão desse Vice, administrar
os egos de um negócio que envolve emoção, paixão e muita grana... , e isso tudo
tomando corneta nas derrotas, e sendo
acompanhado nas vitórias, aliado ainda ao fato da enorme carga de ciúmes que
carrega de todos aqueles que gostariam de estar no seu lugar ! O vestiário é o
centro nevrálgico do corpo de um time, ele pulsa para viver o hoje e não o
amanhã, e ainda não tem tempo de esperar por um futuro incerto e não sabido. A
gestão do futebol é como a televisão de antigamente, ao vivo sem chance de
errar, porque se errar todo mundo vai saber, então o negócio é antes de entrar
no "ar" (botar em campo o time para jogar) , é treinar exaustivamente
o IMPROVISO !!!
Mas independente da importância
da figura que o Vice de futebol tem, uma coisa é certa, qualquer estrutura
organizada precisa de comando, assim como em qualquer estrutura séria e
orientada à resultados também precisa de experiência e comprometimento em suas
áreas chaves como é o caso do futebol num time, sendo assim a decisão do CD do
clube em colocar o Vice de futebol também no CA do clube além de chancelar uma
opção pela prioridade ao futebol, revela uma preocupação com o órgão mais
sensível do clube, o departamento de futebol.
Voz e comando, é isso que um
vestiário precisa, além de uma comissão técnica respeitada e admirada, aliado a
isso um elenco focado e comprometido, com uma direção séria e responsável, e
uma torcida fanática e apaixonado, com esse ingredientes temos um bom pedaço de
nossas vitórias construídas, o resto é talento e o fato imponderável.
Que seja muito bem vindo o novo
Vice de futebol, e que venha o mais
rápido possível, seja quem, for que seja um baita Líder, que conheça o futebol
e mais que aproveite e já leve consigo alguém para ir aprendendo com ele para
um dia poder lhe suceder !!!!
FÁBIO IRIGOITE
Administrador, sócio gremistas
desde 1993
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