Grêmio Imortal

COLUNA DO CARLOS JOSIAS : Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio Blog dos imortais.

                                                   NOMEAÇÃO  #BALADEBORRACHA 

Bala de Borracha é um vídeo - para quem não sabe e quase todo mundo sabe - da genial ´trupe` Porta dos Fundos, talvez, e na minha modesta opinião, o mais estupendo de todos que produziram. Quem não viu, é fácil localizar = está aqui =

O clube tem um depto jurídico politicamente e profissionalmente formado e que devem, ou deveriam, estar em sintonia - advogados abnegados e contratados, e não são poucos. Diretor Jurídico remunerado e equipe. É a profissionalização ou, diria, a meia profissionalização como prévia do que o Estatuto mirou, um tipo ideal de composição até que, no futuro, um CA comande toda uma atividade funcional. Concordo que haja uma mescla assim, sempre pensei que poderia haver uma participação entre abnegados e profissionais, uma espécie de fiscalização com cobrança do que fazem os do time funcional, ideal para todos os departamentos da entidade até que, como disse, se entendesse esta mudança cultural de um clube que permaneceu quase que amadoristicamente a vida inteira. Não se muda da noite para o dia uma cultura centenária e, por esta razão, normal e lógico que a nova forma estatutária fosse gradativamente se instaurando - isto não foi obtido nem de longe, ainda, com o comando geral que continua Presidencialista desafiando a idéia original da nova era. Fiz parte da comissão que reformou o Estatuto cujo Presidente foi Paulo Odone, por coincidência, o 1o Presidente eleito sob esta batuta, com quem compus uma das VP. Odone não venceu o desafio de implantar efetivamente o CA como se imaginou, e compreendo que não poderia naquele momento, e de imediato, praticar esta revolução moderna. De minha parte penso que cumpri a missão que era muito mais fácil que a do Presidente, já que setorizada, implantamos, com o incentivo do Presidente, é verdade e que se diga isto,  um Diretor Jurídico remunerado, foi formada uma equipe, com parte da já existente - por casualidade com um deles que contratei na distante década de 90 - e outra de abnegados, política, que destinei apenas ao setor esportivo - Justiça Esportiva - núcleo que entendia que, ao menos naquele momento, tinha que continuar a ser defendida por quem estava presente e vinculado em paixão e competência - esta parte do direito clubístico impunha um coração apaixonado e técnico para desempenhar a tarefa - entre estes estavam Rui Costa e Juliano Ferrer e outros. O tempo foi passando e o Presidencialismo continuou e perdura no comando, crescendo a profissionalização lentamente, como se requer, nos demais deptos da agremiação. Não sei quando virá um Presidente que cumpra definitivamente a missão Estatutária, e embora pense que se aproxima a hora, neste aspecto Koff  é tão ou mais Presidencialista que P Odone - mas a tarefa é verdadeiramente muito dura, que seja isto dito e entendido também.

Com o andar da carruagem muito  se reclamou e tem-se reclamado, no âmbito da torcida, sócios e alguns conselheiros, de uma certa passividade diretiva com assuntos que ferem o clube, entre eles o racismo, acusações e outras situações, cuja inércia às vezes bate no impacientar, para não se dizer irritar.

Surge agora a questão do inconstitucional cadastramento de torcedores. O MP exercendo pressão que tem inicio na mídia ameaça com ação e outras medidas no âmbito jurídico para forçar o Grêmio a esta insólita providência que conta com a simpatia de alguns nichos cujas intenções sinceramente não sei se são boas, mas no mínimo posso entender de duvidosas, voluntariamente ou não.

Era hora do clube agir, energicamente, na defesa dos interesses dos seus associados. E quem deveria empunhar esta bandeira, que é técnica, de enfrentar a ameaça ? Ora, eu não caio em dúvidas. O Jurídico do Clube, com o comando enérgico da direção. Dever institucional a deliberar e dever funcional, de agir.

Pois para minha surpresa uma portaria da Presidência em Exercício do CD designa uma comissão - alo Franco Montoro, lembra disto ? - e são nomeados três nobres soldados. Um único advogado, e dois talentosos profissionais de outros ramos. Nenhum dos três ligados à situação reinante na entidade. Transferiram a questão para fora do eixo profissional e diretivo. E ligados à oposição.

Me perdoem, posso estar exagerando, mas me lembrei de Pilatos e sua cômoda lavagem de mãos à beira do impasse: “sou inocente deste sangue, isso é lá convosco” !

Se der certo, beleza, cumpriram a missão .... parabéns ... vira a página. Se der errado ... Viram ? E

 se for uma ´articulação` combinada em parceria, me desculpem, a essência é a mesma, infeliz de quem concordou.

Com todo o respeito mas #baladeborracha ! Mas, sempre há um MAS, em tudo, o talento e a competência dos nomeados conspiram a favor do êxito. Confio neles !

abs

Carlos Josias Menna de Oliveira

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