Na noite desta quarta feira o Grêmio vai à Rosário na Argentina enfrentar o Newell's pela liderança do Grupo 6 da Libertadores de 2014. O jogo será no Estádio Marcelo Bielsa, em Rosario-ARG, ás 22 horas.
É com mais um atacante que o Grêmio tentará manter o título de defesa intransponível na Libertadores. Marcelo Grohe está invicto como nenhum outro goleiro na competição.
A menos que Enderson Moreira aplique um daqueles despistes lendários, joga Dudu contra o Newell's Old Boys. Alán Ruiz fica no banco. Mas o que pretende o técnico caso vá mesmo para o jogo com o time que treinou ontem?
Enderson quer atacar para não ser atacado. Agredir para amedrontar um adversário, encorajado por 40 mil torcedores e um clima épico perceptível nas esquinas da cidade. Rosnar para evitar que os cães o encurralem contra a parede. Na terra de Fito Páez, as ruas dizem que os "leprosos" em nada repetirão o toque de lado da Arena.
Durante o trabalho com bola no gramado perfeito do Estádio Marcelo Bielsa — fui procurado por assessores do Newell's para chamá-lo assim, pelo nome do mito, em vez do apelido, Coloso del Parque —, prestei atenção nas ordens de Enderson.
— Aproxima, aproxima! Sem espaço entre as nossas linhas! — exigiu a certa altura, enquanto a tribuna Maradona e as estrelas com os anos de cada um dos sete títulos nacionais dos anfitriões decoravam as arquibancadas.
Adiante, Enderson foi mais explícito. Eram 22 jogadores em apenas uma metade do campo. Os reservas tinham sido orientados a marcar feito abutres em voos rasantes sobre a futura carniça. Veio um erro de passe do próprio Dudu:
— Não força o passe, não força. A posse de bola tem de ser nossa, entende? Nossa.
Eu, sentado nas sociais, pegando aquela chuva fininha e fria, boa para se gripar, cansei só de olhar. A ideia é promover um futebol total. Todos marcam, todos atacam. Dudu, por exemplo: quando seu time perdia a bola, suspeito que tenha se esforçado para retomá-la com mais ímpeto do que jamais exibiu.
— O Dudu nos dará mais dinâmica — resumiu Barcos.
O veloz e disciplinado Dudu no time é como dizer ao Newell's: ''se quiser vir a milhão, que venha, mas cuidado com o contra-ataque...''. Esta é a estratégia. É um lance na briga de xadrez de uma partida que promete ser de idas e vindas.
Os argentinos têm desfalques. Munõz, atacante rápido. Diego Matteo, o centromédio xerife. Mas os "leprosos" não pensam nisso. Preferem incensar a magia de Ponce, que fez gol contra o Racing aos 16 anos e dá toques de magia a um clube que raramente contrata estrangeiros, apostando quase tudo nas categorias de base por tradição. Ou na experiência de Trezeguet, ficha um no banco, que declarou ao La Capital, a Zero Hora de Rosario, sentir as ordens de Tata Martino (este jogou quase 20 anos no Newell's) ainda repercutindo na equipe.
Rhodolfo fez a sua parte no quesito mistérios insondáveis. Pouco antes de deixar o gramado, lançou uma dúvida:
— Mas ele (Enderson) disse que ainda vai dar um pensada à noite — afirmou enigmaticamente, sobre Dudu ou Alán Ruiz.
Ficha Técnica:
Grêmio: Marcelo Grohe; Pará, Werley, Rhodolfo e Wendell; Edinho, Ramiro, Riveros, Dudu e Luan; Barcos. Técnico: Enderson Moreira
Newell's Old Boys: Guzmán; Cáceres, Víctor López, Heinze e Casco; Villalba, Bernardi e Banega; Figueroa, Maxi Rodríguez e Ponce. Técnico: Alfredo Berti
Arbitragem: Carlos Vera, auxiliado por Christian Lescano e Byron Romero (trio equatoriano Fifa).
TV: Os canais RBSTV e Fox Sports transmitem o jogo ao vivo.
Desfalques:
Grêmio: Kleber, com lesão no joelho, além de Zé Roberto, que acusou problema muscular no tornozelo esquerdo, são os desfalques de Enderson Moreira.
Newell's Old Boys: O técnico Alfredo Berti tem quatro desfalques por conta de lesões: Diego Mateo, que ficará cerca de um mês afastado dos gramados, Martín Tonso, Guillermo Ortiz e Fabián Muñoz.
História:
Embora Grêmio e Newell’s Old Boys tenham sido fundados no mesmo ano - 1903 - e tenham proximidade (são de países vizinhos), somente se enfrentaram uma vez de forma oficial. Foi justamente na partida da última semana, quando ficaram no empate sem gols pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores.
No primeiro tempo, uma partida equilibrada, praticamente sem chances de gols. Já na etapa final, o Tricolor partiu para cima, martelou no ataque, mas não conseguiu mover o marcador. Pará chegou a colocar uma bola no travessão.
@leonardoimortal
Fonte: Zerohora.com e GloboEsporte.com
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