O tricolor que tinha a
predominância do futebol gaúcho nos anos 50 e 60, com jogadores extraordinários
como Alberto, Airton, Calvet, Ortunho,
Sérgio Lopes, Gessy Lima, Juarez Teixeira, João Severiano e Alcindo Martha de
Freitas, entre tantos outros, começou a decair no final dos anos 60. O SCI ganhou oito campeonatos consecutivos de
1969 a 1976.
Em 1976 o presidente
Hélio Dourado resolveu mudar esse quadro e contratou ao final do ano um grande
treinador: Telê Santana. Telê chegou em outubro, e efetivamente começou a impor a sua filosofia
de trabalho em 1977. Para a defesa Telê indicou Oberdã, um catarinense que
havia feito história no Santos de Pelé. Acabou a barbadinha que era cabecear e fazer
gols em nossa defesa. Para o meio de
campo foi contratado um mestre da bola: Tadeu Ricci e para o ataque dois
atletas diferenciados: André Catimba e Éder Aleixo. Ainda retornou, em final de
carreira, o craque Alcindo. Esses
atletas aliados a outros que estavam no plantel como Eurico, Anchetta, Vitor
Hugo e Tarciso formaram um grande time: Corbo, Eurico, Anchetta, Oberdã e
Ladinho; Vitor Hugo, Iura e Tadeu Ricci, Tarciso, André e Éder.
Os vermelhos tremeram e
sentiram novamente a força do manto sagrado tricolor. Chegamos a ganhar um GRENAL por três a zero, com dois gols de Tadeu Ricci e
um de Alcindo no gauchão e um GRENAL de quatro a
Zero, em pleno
Beira-Rio, pelo campeonato brasileiro. Até o vento nos ajudou em um gol. Os
bons ventos estavam voltando.
Ao final de 1977 o
natal voltou a ser azul com a vitória no GRENAL, com um gol estupendo de André
Catimba. Grêmio novamente campeão
gaúcho.
Até hoje sinto uma
forte emoção ao lembrar deste título. Confesso que chorei em meu escritório ao
digitar esse texto e lembrar daquele ano.
Ao encontrar Telê, na
Feira do Livro, no dia seguinte a sua estréia no Grêmio contra o Fluminense, eu
disse a ele: “Mestre Telê Santana faça o torcedor tricolor sorrir novamente”. E ele: “Vou fazer
o melhor”. Telê, que mais tarde foi
campeão da Libertadores em 92 e Mundial Interclubes, em 93, com o São Paulo,
nos fez não apenas sorrir, mas novamente ter orgulho de ser gremista.
Querido Telê, que Deus
te proteja no plano espiritual. Obrigado.
Artur Ferreira
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