1 - Como surgiu seu amor pelo GRÊMIO?
Desde criança. De pai para filho. E se solidificou na adolescência, primeiro
mesmo estudando em São Paulo e, depois, vindo morar em Porto Alegre. Meu
pai me comprou um título patrimonial, me tornei sócio e passei a frequentar
jogos no Estádio Olímpico e no interior do Estado.
2 - Qual foi a maior conquista que você viveu como torcedor?
O Titulo mundial conquistado em Tóquio/Japão, 1983.
3 - Um Jogo inesquecivel?
O jogo realizado no Estádio Nacional de Tóquio/Japão, 11/12/1983, Grêmio 2
x 1 Hamburgo. Eu era Vice-Presidente do Grêmio. Assisti ao jogo no estádio.
4 - Como o senhor começou sua carreira como dirigente?
Não considero uma “carreira”. Pouco depois de me formar na Faculdade de
Direito da UFRGS. No início dos anos 70, fui convidado a trabalhar no
Departamento Jurídico por antigos colegas de Faculdade. Durante a Faculdade,
eu vinha de uma experiência interessante fazendo cobertura de jogos de
futebol para a TV Gaúcha. Na emissora, tive a oportunidade de longas
conversas com Osvaldo Rola, o Foguinho, com quem aprendi muitos princípios
do futebol, especialmente a avaliação de jogadores.
5 - Como você vê o projeto Arena da sua gestão para atual?
Há diferenças naturais, normais pelo estágio de execução do projeto.
Recebemos, início de 2009, com contrato assinado, mas com a possibilidade
de desistência pela parceira, Construtora OAS. Situação que mudou
radicalmente com o início das obras, 20/09/2010. A partir da última data, o
que era um estudo preliminar, depois um projeto aprovado, tornou-se uma
obra, um caminho sem volta. Além da incerteza dependente da implementação
de mais uma dezena de condições, havia enorme carência de informações e
esclarecimentos para parte da torcida. A imprensa e os rivais chamavam de
“arena de papel”, “arena virtual”, “arena de sonho”, “ arena de papai noel”.
Tivemos um prazer enorme em poder dizer que “arena de papel se converteu
em arena de concreto e aço”.
Passei por lá na semana passada. É uma impressionante obra de concreto, já
se enxergam arquibancadas. Ninguém tem mais dúvida quanto ao sucesso da
construção.
Percebo desejo nos torcedores, sócios e, até em conselheiros do Grêmio, que
algumas questões como a futura capacidade, o custo da obra, a utilização das
isenções fiscais, tenham melhor esclarecimento. Nada que afete o normal
desenvolvimento desse megaprojeto.
Considero, ainda, bastante atuais as entrevistas realizadas pelo Correio do
Povo e por blogs gremistas. Indispensável deixar registrado que as redes
sociais desempenharam papel fundamental no esclarecimento de questões do
interesse dos gremistas. Por isso, não canso de agradecer aos blogs e às
Comunidades do Orkut.:
http://sempreimortal.wordpress.com/2009/06/13/correio-dopovo-
14062009-as-respostas-de-adalberto-preis/
http://sempreimortal.wordpress.com/category/adalberto-preis/page/2/
http://globoesporte.globo.com/platb/julianadebrito/category/projeto-arena/
http://arenadogremio.blogspot.com/
http://blog.gremio1903.net/2011/04/11/tribuna-entrevista-adalbertopreis-–-
parte-1/
6 - O que o GRÊMIO tem que fazer para sair deste recesso de titulos?
7 - Qual na sua opinião é o maior Problema do GRÊMIO?
Para evitar repetições, respondo duas em uma: o principal problema é, na
verdade, um conjunto: entre os anos 2000 e 2002, endividamento excessivo,
muito acima das forças do Clube, monstruoso erro de estratégia, atuando na
contramão, na passagem do modelo antigo (última versão Lei Zico) para a Lei
Pelé e desdobramentos; enorme lentidão com resistências poderosas à
modernização da gestão com administração estratégica/gestão pela
qualidade/ profissionalização. São 11 anos desde que começamos a pregar a
adoção dessa “modernização”, e faz 6 anos, desde que o Conselho
Deliberativo aprovou o primeiro Plano Estratégico (, primeira atualização/
revisão em 2006, segunda atualização em 2009/2010, aprovada em 2011), e a
Governança Corporativa, tudo oficializado na lei interna do Clube.
Houve avanços significativos, alguns extraordinários , mas insuficientes, com
demasiada lentidão e, ainda, muitas resistências.
Saúdo de forma entusiasta a recente criação de um “FORUM DE DEBATES” dos
Grupos Políticos do Grêmio. Não importa a paternidade, não importa quem
teve a idéia, quem fez a proposta. Importa que todos resolveram adotar e
todos são responsáveis por não deixar essa idéia se perder. Saúdo porque
acredito que, olho no olho, todos farão o pacto de ultrapassar definitivamente
o discurso e, esteja quem estiver no comando do Clube, serão implementadas
– com o apoio de todos – as políticas indispensáveis . Há, ainda, muitos
solavancos e desvios por impulsos. Os participantes do FORUM têm missão
histórica. Podem fazer acontecer. Mas todos têm de agir propositivamente.
8 - Você aprovou a saida de RENATO? já que 90% da torcida foi contra!
Não
9 - Qual foi sua maior conquista pessoal como dirigente?
Tenho várias – nenhuma individual ou pessoal – todas coletivas. Todas do
Grêmio como Instituição. Enumero, então, conquistas do Grêmio em períodos
nos quais estava dirigente executivo:
Libertadores da América e
Mundial de 1983;
Campeonato Gaúcho (1985) e
Bicampeonato (1986),
Torneio de Rotterdam (1985) final contra o Bayern München,
XVII Torneo Internacional Ciudad de Palma (1985), final contra o Barcelona,
Copa Philips (1986), final contra o Borússia/Al,
Planejamento Estratégico 2003/2004;considero uma das mais importantes
conquistas, pois algo inédito e permanente no Clube.
10 - Você aprova a maneira de Paulo Odone fazer futebol?
A pergunta é extremamente oportuna pois permite ressaltar que esse é o
maior vício que temos de combater: a pessoalização, personificação; a
concentração de virtudes e defeitos nos líderes ocasionais. É lamentável
amadorismo.
Não desconheço a importância das lideranças, mas somente conseguiremos a
plena maturidade quando a força estiver na Instituição. Temos de ter
mecanismos, engrenagens acima dos conceitos individuais por mais meritórios
que sejam.
É da natureza do Grêmio disputar competições; é da missão, satisfazer o
torcedor e o público aficionado com a conquista de vitórias e títulos. Para isso
é preciso ter vantagem competitiva somente alcançável com o melhor capital
humano superior ao dos competidores. O menos eventual possível. Assim
como ensinam os especialistas mais atuais e modernos:
“Uma vantagem competitiva sustentável ocorre quando uma empresa implementa uma estratégia de
criação de valor que não esteja implementada simultaneamente pelos concorrentes de forma real ou
potencial, e quando outra organização é incapaz de copiar os benefícios dessa vantagem” (Milkovich e Bourdreau, 2000,Administração de Recursos Humanos, p. 136).
É amadorismo inaceitável depender do que pensa “A” ou “B” sobre como fazer
futebol. Já passou da hora de termos, de forma consistente, “a maneira de o
Grêmio fazer futebol”, para usar a expressão da questão. Fora isso, é
amadorismo puro.
11- Para encerrar deixe um recado para os torcedores GREMISTAS?
Temos, ainda, um longo caminho a percorrer. Por fraquezas, deficiências
nossas, excesso de política e carência de gestão. Esse é o lado negativo. Mas
estamos crescendo. Há o lado positivo. Menos do que o possível, menos do
que o necessário, mas estamos avançando.
Saúdo enfaticamente a criação do FORUM DE DEBATES dos grupos políticos do
Grêmio. Com paciência e persistência temos tudo para chegar a um grau de
maturidade excelente. Todos, sem exceção, querem o bem do Grêmio, mas
dispersos, se digladiando, não vão alcançar.
Todos conscientes, como está em voga, hoje, que “A bola não entra por
acaso”.
De um lado é tão fácil. De outro, é tão difícil. Encontrando-se uma agenda
mínima comum ficará muito mais fácil e eficaz.
Muito obrigado
Adalberto Preis
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