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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ENTREVISTA COM ADALBERTO PREIS

1 - Como surgiu seu amor pelo GRÊMIO?

Desde criança. De pai para filho. E se solidificou na adolescência, primeiro

mesmo estudando em São Paulo e, depois, vindo morar em Porto Alegre. Meu

pai me comprou um título patrimonial, me tornei sócio e passei a frequentar

jogos no Estádio Olímpico e no interior do Estado.

2 - Qual foi a maior conquista que você viveu como torcedor?

O Titulo mundial conquistado em Tóquio/Japão, 1983.

3 - Um Jogo inesquecivel?

O jogo realizado no Estádio Nacional de Tóquio/Japão, 11/12/1983, Grêmio 2

x 1 Hamburgo. Eu era Vice-Presidente do Grêmio. Assisti ao jogo no estádio.

4 - Como o senhor começou sua carreira como dirigente?

Não considero uma “carreira”. Pouco depois de me formar na Faculdade de

Direito da UFRGS. No início dos anos 70, fui convidado a trabalhar no

Departamento Jurídico por antigos colegas de Faculdade. Durante a Faculdade,

eu vinha de uma experiência interessante fazendo cobertura de jogos de

futebol para a TV Gaúcha. Na emissora, tive a oportunidade de longas

conversas com Osvaldo Rola, o Foguinho, com quem aprendi muitos princípios

do futebol, especialmente a avaliação de jogadores.

5 - Como você vê o projeto Arena da sua gestão para atual?

Há diferenças naturais, normais pelo estágio de execução do projeto.

Recebemos, início de 2009, com contrato assinado, mas com a possibilidade

de desistência pela parceira, Construtora OAS. Situação que mudou

radicalmente com o início das obras, 20/09/2010. A partir da última data, o

que era um estudo preliminar, depois um projeto aprovado, tornou-se uma

obra, um caminho sem volta. Além da incerteza dependente da implementação

de mais uma dezena de condições, havia enorme carência de informações e

esclarecimentos para parte da torcida. A imprensa e os rivais chamavam de

“arena de papel”, “arena virtual”, “arena de sonho”, “ arena de papai noel”.

Tivemos um prazer enorme em poder dizer que “arena de papel se converteu

em arena de concreto e aço”.

Passei por lá na semana passada. É uma impressionante obra de concreto, já

se enxergam arquibancadas. Ninguém tem mais dúvida quanto ao sucesso da

construção.

Percebo desejo nos torcedores, sócios e, até em conselheiros do Grêmio, que

algumas questões como a futura capacidade, o custo da obra, a utilização das

isenções fiscais, tenham melhor esclarecimento. Nada que afete o normal

desenvolvimento desse megaprojeto.

Considero, ainda, bastante atuais as entrevistas realizadas pelo Correio do

Povo e por blogs gremistas. Indispensável deixar registrado que as redes

sociais desempenharam papel fundamental no esclarecimento de questões do

interesse dos gremistas. Por isso, não canso de agradecer aos blogs e às

Comunidades do Orkut.:

http://sempreimortal.wordpress.com/2009/06/13/correio-dopovo-

14062009-as-respostas-de-adalberto-preis/

http://sempreimortal.wordpress.com/category/adalberto-preis/page/2/

http://globoesporte.globo.com/platb/julianadebrito/category/projeto-arena/

http://arenadogremio.blogspot.com/

http://blog.gremio1903.net/2011/04/11/tribuna-entrevista-adalbertopreis-–-

parte-1/

6 - O que o GRÊMIO tem que fazer para sair deste recesso de titulos?

7 - Qual na sua opinião é o maior Problema do GRÊMIO?


Para evitar repetições, respondo duas em uma: o principal problema é, na

verdade, um conjunto: entre os anos 2000 e 2002, endividamento excessivo,

muito acima das forças do Clube, monstruoso erro de estratégia, atuando na

contramão, na passagem do modelo antigo (última versão Lei Zico) para a Lei

Pelé e desdobramentos; enorme lentidão com resistências poderosas à

modernização da gestão com administração estratégica/gestão pela

qualidade/ profissionalização. São 11 anos desde que começamos a pregar a

adoção dessa “modernização”, e faz 6 anos, desde que o Conselho

Deliberativo aprovou o primeiro Plano Estratégico (, primeira atualização/

revisão em 2006, segunda atualização em 2009/2010, aprovada em 2011), e a

Governança Corporativa, tudo oficializado na lei interna do Clube.

Houve avanços significativos, alguns extraordinários , mas insuficientes, com

demasiada lentidão e, ainda, muitas resistências.

Saúdo de forma entusiasta a recente criação de um “FORUM DE DEBATES” dos

Grupos Políticos do Grêmio. Não importa a paternidade, não importa quem

teve a idéia, quem fez a proposta. Importa que todos resolveram adotar e

todos são responsáveis por não deixar essa idéia se perder. Saúdo porque

acredito que, olho no olho, todos farão o pacto de ultrapassar definitivamente

o discurso e, esteja quem estiver no comando do Clube, serão implementadas

– com o apoio de todos – as políticas indispensáveis . Há, ainda, muitos

solavancos e desvios por impulsos. Os participantes do FORUM têm missão

histórica. Podem fazer acontecer. Mas todos têm de agir propositivamente.

8 - Você aprovou a saida de RENATO? já que 90% da torcida foi contra!

Não

9 - Qual foi sua maior conquista pessoal como dirigente?

Tenho várias – nenhuma individual ou pessoal – todas coletivas. Todas do

Grêmio como Instituição. Enumero, então, conquistas do Grêmio em períodos

nos quais estava dirigente executivo:

Libertadores da América e

Mundial de 1983;

Campeonato Gaúcho (1985) e

Bicampeonato (1986),

Torneio de Rotterdam (1985) final contra o Bayern München,

XVII Torneo Internacional Ciudad de Palma (1985), final contra o Barcelona,

Copa Philips (1986), final contra o Borússia/Al,

Planejamento Estratégico 2003/2004;considero uma das mais importantes

conquistas, pois algo inédito e permanente no Clube.

10 - Você aprova a maneira de Paulo Odone fazer futebol?

A pergunta é extremamente oportuna pois permite ressaltar que esse é o

maior vício que temos de combater: a pessoalização, personificação; a

concentração de virtudes e defeitos nos líderes ocasionais. É lamentável

amadorismo.

Não desconheço a importância das lideranças, mas somente conseguiremos a

plena maturidade quando a força estiver na Instituição. Temos de ter

mecanismos, engrenagens acima dos conceitos individuais por mais meritórios

que sejam.

É da natureza do Grêmio disputar competições; é da missão, satisfazer o

torcedor e o público aficionado com a conquista de vitórias e títulos. Para isso

é preciso ter vantagem competitiva somente alcançável com o melhor capital

humano superior ao dos competidores. O menos eventual possível. Assim

como ensinam os especialistas mais atuais e modernos:

“Uma vantagem competitiva sustentável ocorre quando uma empresa implementa uma estratégia de

criação de valor que não esteja implementada simultaneamente pelos concorrentes de forma real ou

potencial, e quando outra organização é incapaz de copiar os benefícios dessa vantagem” (Milkovich e Bourdreau, 2000,Administração de Recursos Humanos, p. 136).

É amadorismo inaceitável depender do que pensa “A” ou “B” sobre como fazer

futebol. Já passou da hora de termos, de forma consistente, “a maneira de o

Grêmio fazer futebol”, para usar a expressão da questão. Fora isso, é

amadorismo puro.

11- Para encerrar deixe um recado para os torcedores GREMISTAS?

Temos, ainda, um longo caminho a percorrer. Por fraquezas, deficiências

nossas, excesso de política e carência de gestão. Esse é o lado negativo. Mas

estamos crescendo. Há o lado positivo. Menos do que o possível, menos do

que o necessário, mas estamos avançando.

Saúdo enfaticamente a criação do FORUM DE DEBATES dos grupos políticos do

Grêmio. Com paciência e persistência temos tudo para chegar a um grau de

maturidade excelente. Todos, sem exceção, querem o bem do Grêmio, mas

dispersos, se digladiando, não vão alcançar.

Todos conscientes, como está em voga, hoje, que “A bola não entra por

acaso”.

De um lado é tão fácil. De outro, é tão difícil. Encontrando-se uma agenda

mínima comum ficará muito mais fácil e eficaz.

Muito obrigado

Adalberto Preis

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