Recanto Imortal

Aqui Você torcedor encontra noticiais do imortal, enquetes. Um Blog 100% Gremista feito pra você imortal. Para dicas, sugestões ou críticas construtivas venha conferir nossas páginas! Twitter - @BlogDoImortal #Sigam Facebook do Blogger https://www.facebook.com/gremioimortal.imortais Pagina no Facebook https://www.facebook.com/gremioimortal.imortais?sk=wall¬if_t=wall Lembrando que é um trabalho 100% voluntário, se gostarem do nosso blogger acompanhem nossas redes. Estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

 

COLUNA DO CARLOS JOSIAS : Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio Blog dos Imortais. www.facebook.com/cjosias.


 
 
A INOCÊNCIA DE UM PAI
 
Conheço o Darci Filho há muitos anos, penso que, no mínimo, desde 1993. Nunca fomos amigos íntimos na totalidade do termo - aquele que o direito consagra como não podendo ser testemunha um do outro, ou seja, nunca nos frequentamos as casas, não sei o nome de sua esposa, não sei sequer onde mora e, pasmem, não conhecia o filho dele e nunca me toquei - até pelo nome diverso - quem seria. Recentemente, apenas, foi que por duas vezes o flagrei caminhando de mãos dadas com a esposa, e aquilo me deixou muito bem impressionado: bonito, pensei. E lhe disse. Mas nunca tivemos uma rusguinha pessoal sequer, por menor que fosse, e sempre houve um profundo respeito entre nós. Sei que vez que outra ele se desentendeu com quem me era próximo, tanto quanto eu me desentendi com quem era próximo dele. Nunca deixamos de nos relacionar, e bem, por isto, e nunca os desafetos - ao menos para mim - tomaram qualquer iniciativa de nos indispor. Respeito. Ao longo destes anos todos sempre o tive como um repórter que eu denomino de clássico: o cara que não agride, não força a barra, não ofende, mas acaba sempre tirando do entrevistado aquilo que quer. Cuidado, ele sempre disse isto: não engravido notícia. Ao longo da vida a gente se desentende muito e com muitos, ainda mais no futebol, e nem sempre os desencontros são superáveis e ou mais ou menos amistosos, muitas das vezes a coisa é séria, ficam ressentimentos, dores, enfim muitas coisas que se alargam para o todo sempre. Isto pode, e deve, ter acontecido com ele com relação a alguns, comigo em relação a muitos. É do jogo. Ele certamente mais calejado do que eu pode ensinar, mas eu aprendi com o andar da carruagem a passar com humor por estas pequenas batalhas. Lá atrás, me irritava muito ...hoje vendo como é ridículo alguns chiliques que acabo enxergando num ou noutro levo isto com uma dose de alegria, até criei um reino para os atacadinhos: O P do C, vale dizer, o Principado do Chilique, que tem um Príncipe soberano.

Mas agora, não mexam com meus filhos. Não mexam com nossos filhos. Mexer com um filho meu me tira do prumo. Sobressai uma quase psicopatia incontrolável. Sou capaz de beber o sangue do desgraçado e sorver seus últimos suspiros de vida com a alegria de um menino no seu Bar Mitzvah.

Mexeram com o filho do Darci. Era uma tarde de alguns meses atrás e ele me ligou.

- Dr ( ele sempre me chama de Dr sei lá porque, nunca exigi isto de ninguém já lhe falei isto mas ele insiste ... deixo, pelo menos há alguém que me empreste o título .... ) posso passar ai e tomar um café com o senhor ( sempre me chama de senhor ... vá entender ... )

- Claro, respondi.

Escutei ele atentamente. Rosto angustiado, aflito, mas certo e determinado no que pensava e fazia. Ele não me pediu nada, apenas disse estar sendo vitimado por uma injustiça e ne contou minudentemente o caso. Cheguei a argumentar: Darci tu não me deves nenhum tipo de satisfação e nem a ninguém....... fui interrompido; Dr. devo-a a todos os meus amigos.

Naquele dia, quando ele saiu da sala, eu tive a plena convicção: ele tem razão.

Eu participei de dois júris populares na minha vida. Os dois foram históricos, o dos colonos, na morte do PM Valdeci, e naquele do litoral em que um menino acabou morto por um grupo de outros meninos. Que Júri senhores. Eu atuei com Luís Goulart Filho ( o melhor advogado e ser humano que conheci ao longo da minha vida, aquele que foi o 1o ouvidor do governo do RS e acabou morrendo afogado em Imbé na tentativa de salvar os filhos - um deles meu afilhado, na troca de apadrinhamento, ele era padrinho da minha filha ). Estavam também no Júri um promotor que foi meu paraninfo, mais Rovilio Breda um criminalista excepcional, tinha sido procurador de Justiça, e Amadeu Weimann. O 1o Juiz foi o hoje amigo Caníbal. O único absolvido foi o cliente que defendíamos, eu e o Luís. Durante anos ele foi chamado de ASSASSINO por todos os meios de comunicação do país, da Zero Hora à Veja. No dia do Júri o Promotor pediu a sua absolvição ......Sem comentários.

Durante meses Diego Mello foi tido e havido como o comandante autor de um crime que agora o STJD arquiva.
Injustiça. Foi demitido por Justa Causa. Injustiça, não se demite por Justa Causa sem mais nem menos. O STJD em brevíssima síntese disse ao Grêmio: que investigação fajuta vocês fizeram, benza Deus ....

Darci Filho, não é à toa e de graça que recebeu do seu pai o próprio nome. Darci Filho, pai do Diego foi inocentado junto com o filho: ele se sentiu assim, tenho certeza. Mas o mais importante: eu tinha razão em crer que ele tinha razão !

Pai que é pai: é assim.

abs

Carlos Josias

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. De um pai para outro pai, obrigado por compartilhar esta história maravilhosa. Abs

    ResponderExcluir
  3. Uma acusação sem provas já é, por si só, um ato irresponsável, leviano e condenável.
    Manchar publicamente o nome de um profissional merece severo ressarcimento ao causador, eis que notório, a parte "mais frágil" do corpo humano é o bolso.
    Assim sendo, mesmo sem conhecer o caso do filho do Darci, penso que esta injustiça deveria ser reparada. Que se busque o responsável!
    Abs

    ResponderExcluir