Morre aos 91 anos o Ex-Presidente do Gremio, considerado um dos maiores dirigentes da história do Grêmio. Entre todos os ex-presidentes do clube que continuavam vivos, ele era o mais velho. Foi com essa sensibilidade nas relações humanas que ajudou o Grêmio, como dirigente, a conquistar alguns de seus maiores feitos. “Eu nunca me intitulei de conhecedor de futebol. Eu me intitulo como alguém que sabia administrar um vestiário.” A paixão pelo Tricolor tem uma data simbólica de início. Em 1935, quando tinha 15 anos, saiu de São Leopoldo e veio morar sozinho em Porto Alegre. Nesse mesmo ano, o clube conquistou o título citadino, tornando-se o célebre “campeão farroupilha”. “Eu já vinha com o coração gremista pelo meu irmão mais velho, mas me marquei por esse fato. Até hoje eu festejo o aniversário desse título.” O inusitado é que até o fim dos anos 40, Petry não freqüentava estádios de futebol porque tinha um hobby maior. “Desde a infância até depois de casado, fui freqüentador de rinhas de galo.” Em 1948, associou-se ao Grêmio. A primeira partida que assistiu foi um Grenal, em 49. “Foi um jogo nos Eucaliptos. O Geada foi expulso, o juiz era inglês, o Mr. Barnick.” A partir daí, passou a acompanhar mais o clube, e conhecer pessoas como Fernando Kröeff. Foi o patrono tricolor quem introduziu Rudi Armin Petry no futebol do Grêmio. Nos anos de 1959 e 60, já desligado das rinhas de galo, começou a acompanhar as viagens tricolores pelo interior do Estado. “Ele tinha um avião e nós íamos para Bagé, Passo Fundo, e o Fernando me dizia: Petry, tu tens condição de ser um vice de futebol. Até ele morrer, sempre lembrava que eu disse que aceitava, desde que não precisasse falar no microfone. Acabei fazendo nome com a imprensa.” Mas não seria ainda ali que Petry assumiria um cargo de maior importância no Grêmio. Tinha início a década de 60 e a grande ambição do clube era conquistar o hexacampeonato, igualando feito do Internacional. Porém, em 61 os colorados interromperam a série de cinco títulos consecutivos do rival. No Campeonato Gaúcho de 1962, as coisas não andavam bem na Azenha. Após uma derrota, o presidente Pedro Pereira designou Rudi para ajudá-lo a contratar Sérgio Moacir como treinador. Com o campeonato já quase perdido, o ex-goleiro perguntou pela premiação. O presidente acertou uma quantia alta, certo de que não precisaria pagar. Mas o Grêmio alcançou o Internacional e venceu a partida-desempate. Em 1963, Petry assume pela primeira vez como diretor de futebol e ajuda o Grêmio a alcançar o rival. “O hexa do Grêmio na época, com o Internacional tendo conquistado 25 anos antes, é como hoje ganhar a Libertadores.”
O sexto título consecutivo foi conquistado em Pelotas. Àquela altura, em 67, Petry já era presidente do clube. A chegada da delegação em Porto Alegre dá conta do feito conquistado. “Tivemos uma recepção da ponte do Guaíba até o Olímpico, tão grande ou maior que a de Tóquio.” Após a façanha, Petry estava cansado. “Queriam que eu continuasse, mas eu já estava engatado naquilo há cinco anos.” Além disso, sua esposa estava vivendo em Uberlândia para cuidar da mãe, doente. “Eu não tinha comunicação. Avisaram a morte da mãe dela pela rádio amadora do Olímpico. Veja como era a época.” Na década de 70, não assumiu cargos no Grêmio. Mas, cheio de moral, chefiou a delegação da Seleção Brasileira aos Estados Unidos para disputar torneio comemorativo ao bicentenário da independência ianque, em 76. Tinha bastante trânsito na CBD, sendo inclusive convidado a ser diretor de árbitros, oferta que recusou.
O velório será na quarta-feira, a partir das 7h, no Salão Nobre do Estádio Olímpico. Ele será cremado em São Leopoldo à tarde. O horário da cremação ainda não está definido.
A nação Imortal esta triste com essa perca lastimável.
Forças a todos os familiares dele.Fontes: http://impedimento.wordpress.com/2009/08/25/um-multicampeao-de-fino-trato-parte-i/ e Clicrs.
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