Quando eu era guri em Bom Jesus ouvia meu pai falar sobre um
jogador extraordinário chamado Luiz Carvalho e que fora seu amigo.
Quando cheguei em Porto Alegre, em 1971, liguei para a residência de Luiz Carvalho e fui atendido gentilmente por sua esposa Dona Talitha. A partir deste momento,
passei a ter contato com a esposa do nosso grande atleta, e conheci muitas estórias sobre aquele que foi o maior centro-avante do Grêmio e do Rio Grande do Sul nos anos 20
e 30.
Nas
conversas com a esposa do nosso craque e nas leituras em revistas sobre
futebol, cheguei a conclusão que não havia nenhum exagero de meu pai,
Luiz Carvalho era realmente um jogador diferenciado à época em que havia muitos craques.
Luiz
Carvalho vestiu a tricolor no período de 1923 a 1940, com exceção dos anos de
29 e 33/36, em que jogou, respectivamente no Botafogo e Vasco da Gama,
no Rio de Janeiro.
O nosso
atacante jogou ao lado de craques como Luiz Luz, Eurico Lara e Foguinho.
Meu pai
contava que Luiz Carvalho era conhecido como o “ Rei da virada”. Recebia
a bola de costas e quando o goleiro se preparava à defesa a mesma já
estava nas redes.
Em 1940 o Independiente , que era bicampeão
argentino, fez uma excursão ao Brasil.
Jogou no Rio de Janeiro e em São Paulo e venceu todas as
partidas. A última partida foi em Porto Alegre contra o Grêmio. Os argentinos chegaram ao RS e se consideravam os maestros.
Logo no início da partida fizeram um a zero. Ao final do primeiro tempo dessa difícil
partida, torcedores e dirigentes do Grêmio foram até às arquibancadas
e pediram a um atleta, que já abandonado a carreira,
que o mesmo entrasse no ataque tricolor. Ele atendeu aos pedidos e mudou
completamente a partida: Fez um gol e
deu passe para outro gol. Vencemos por
dois a um. No dia seguinte o Correio do Povo publicou o seguinte título: “
Maestro em campo só havia Luiz Carvalho”.
A partir
deste momento, o nosso “ Rei da virada” passou a ser “ El Maestro”.
Luiz
Carvalho encerrou a sua carreira em um grenal em 1940, vencido pelo tricolor
por quatro a dois.
Nossa lenda,
ainda, foi presidente do tricolor no biênio 74/75.
Artur Ferreira
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