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domingo, 12 de fevereiro de 2012

[PÓS JOGO] GRÊMIO X SANTA CRUZ

Caio Júnior havia avisado durante a semana: técnico nenhum é ilusionista, muito menos carrega uma varinha encantada para fazer o seu time evoluir rapidamente. Mesmo assim, o Grêmio se transformou de um jogo para o outro, como num impressionante passe de mágica. Bem diferente do esforço estoico das partidas anteriores, o Tricolor conseguiu vencer com bom futebol e menos sofrimento o Santa Cruz. Bateu o Galo por 4 a 1 no Olímpico, na agradável noite deste sábado, pela sétima rodada do primeiro turno do Gauchão.

Cercados de preocupação por entrarem em campo pendurados, os zagueiros Douglas Grolli e Naldo mostraram que o temor tinha que ser da defesa rival. Até porque a maioria dos gols azuis saiu das cabeças dessa dupla de gigantes. Naldo marcou dois, e Grolli, um. Kleber, também de cabeça, fez o quarto. Cristiano descontou. Assim, pelo alto, o Grêmio achou o caminho rumo à inédita sequência de duas vitórias neste princípio de 2012. O curioso é que, no resultado mais elástico do time no ano, o Olímpico recebeu seu menor público: cerca de 6,7 mil torcedores.

O resultado positivo, no entanto, não foi suficiente para colocar o Grêmio na fase eliminatória da Taça Piratini por antecipação. Com a vitória do Cruzeiro sobre o Canoas por 4 a 0, a equipe de Caio Júnior precisará confirmar a vaga na última rodada. No próximo sábado o Tricolor vai ao Passo D'Areia para encarar o São José, às 17h (de Brasília). Já o Santa Cruz recebe o Cerâmica, nos Plátanos, nos mesmos dia e horário.
Por enquanto, o Grêmio fecha o sábado na faixa dos classificados, na terceira colocação, com 13 pontos no Grupo 2. O Galo confirma sua campanha irregular e cai uma posição. Está em sexto lugar da chave 1, com sete pontos.

Susto, reação e primeiros sorrisos


Antes dos aplausos e dos sorrisos de satisfação, o Grêmio encontrou novamente obstáculos. Num 3-5-2 bastante fechado, o Santa Cruz provocou incontáveis erros de passes no meio-campo tricolor. Além de se defender bem, assustou. Primeiro, aos nove minutos, com Tiago, que invadiu a área e chutou perto do poste de Victor. Aos 15, o susto virou gol: em bola erguida, Cristiano completou e abriu o placar para o Galo.

Bastou a bola roçar a rede de Victor para os murmúrios se avolumarem pelas arquibancadas do Olímpico. Desta vez, no entanto, o Grêmio não esperou até os acréscimos do segundo tempo para resolver a partida. Aos 18, o time de Caio Júnior respondeu com a bola aérea. No escanteio, Marcelo Moreno mandou a bola no travessão. Naldo marcou, no rebote. A virada não tardou a sair. E com a mesma receita, só que agora em escanteio pela esquerda. De novo ele, Naldo, que agora escorou para Douglas Grolli completar: 2 a 1, alívio e a senha para um futebol mais envolvente começar.

Com o resultado aninhado em seu colo, o Grêmio cresceu. Marco Antônio, promovido a armador, e Marquinhos, que também jogou mais adiantado, passaram a se movimentar com intensidade e rapidez. Abriam espaços nos quais Fernando também conseguia se infiltrar. Gilberto Silva dava solidez à defesa. Sem contar o talento inquestionável da dupla Marcelo Moreno e Kleber. Os elogios, enfim, começavam a brotar da voz enrouquecida dos gremistas. O resultado parcial também aquietou os ânimos da direção. Bateu como um respiro providencial ao diretor-executivo Paulo Pelaipe, que chamou a atenção pelo entra e sai das tribunas do estádio durante os primeiros 45 minutos.

Na saída rumo ao vestiário, os jogadores do Santa Cruz pareciam não acreditar na reação instantânea do Grêmio. Como se as fracas atuações anteriores no Olímpico fossem se configurar num padrão de aflição para os tricolores e de alegria para os visitantes. O técnico Edson Porto resumiu o estranhamento com esse adversário mais encorpado:

- O Grêmio só não fez mais porque não quis. Nos perdemos na marcação.

Virada se transforma em goleada

A bronca de Edson Porto não surtiu efeito. O Grêmio voltou com o mesmo ritmo. E a mesma arma. Aos sete minutos, Kleber Gladiador levantou na área. A zaga forçou a linha de impedimento e se deu mal. Naldo completou para as redes, de cabeça: 3 a 1. O Santa Cruz só levou perigo aos 15, e com uma generosa contribuição de Gilberto Silva. O volante, mesmo sozinho, deu um carrinho em direção a sua fortaleza. Em grande recuperação, Victor evitou o gol.

Participativo, o antes vaiado Marco Antônio teve a chance de se redimir por completo diante do torcedor. Mas, aos 19, carimbou o goleiro Rodrigo, de noite mais do que inspirada. Três minutos depois, foi a vez de Kleber, na pequena área, ser engolido pela muralha alvinegra. Ambas as jogadas saíram dos pés de... Fernando. Sim, o volante que parece ter quatro pulmões, desarme de zagueiro e lucidez de um camisa 10, novamente deixou o gramado com uma atuação de relevo.


 Aos poucos, no entanto, o Grêmio foi diminuindo o ritmo. E o Santa Cruz passou a assustar. Em três investidas, aos 23, 27 e 30, o Galo só não descontou por imperícia de seus avantes. Um minuto depois, Kleber deixou a marca do Gladiador e decepou qualquer aspiração de reação do rival. De cabeça, fez o quarto e, além de "roubar" a noite dos zagueiros goleadores, se tornou o artilheiro do Grêmio no Gauchão, com quatro gols. Primeiros aplausos, primeira atuação promissora, primeira goleada. Enfim, o ano parece ter começado para o Grêmio de Caio Júnior.



@leonardoimortal

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