Em 1974 o Grêmio jogou
em um sábado à tarde contra o Remo de Belém do Pará. O resultado foi um a zero
para o tricolor. Ao final da partida a Rádio Guaíba entrevistou o nosso
centro-médio Orcina sobre a violência na partida e ele declarou mais ou menos o
seguinte: “Eles parecem mulher de brigadiano, gostam de apanhar”. O nosso
atleta estava se referindo a violência iniciada pelo adversário e que teve o
revide do Grêmio.
Orcina que não é natural de Bagé (entendo que é com “j”
por ser uma palavra tupi-guarani), como muitos imaginam, mas de Santa Vitória
do Palmar, era um homem simples e sincero,
e sequer imaginava a repercussão de sua declaração. Porém, vivíamos em
um período de exceção, e qualquer declaração era considerada como sendo um ato
subversivo.
Nosso gladiador precisou comparecer ao Comando da
Brigada, acompanhado de advogados do tricolor,
e afirmar que apenas repetia um
ditado do interior, e que inclusive seu
pai era brigadiano.
Após a saída de Orcina, tivemos centro-médios como Vitor Hugo, China e Dinho, os quais
honraram o manto sagrado azul, preto e branco e que jogavam mais que o galo de Santa Vitória.
Hoje um Orcina faz falta. Assim como nossos bravos farrapos defenderam o pavilhão tricolor de 1835-1845
(decênio heróico), o centro-médio da fronteira defendeu o tricolor de 1973 a
1974.
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