AMIGOS IMORTAIS:
- O JOGO. Calma. Afinal ninguém mais recomendado para pedir calma do que alguém que esteja nervoso. Estamos. O Grêmio ontem foi decepcionante mas, e em tudo tem um MAS, o resultado não foi ruim – em especial tendo em vista o próprio jogo. Exceto por aquele tsunami dos 7, nunca foi fácil jogar em SC. É o terceiro jogo do Julinho para não dizer o segundo, porque contar o do Cruzeiro é uma sacanagem com o cara. Então viva o resultado que, em meio às circunstâncias, não foi ruim.
- UM POUCO DE HISTÓRIA. O Clube se aproximava do centenário e as especulações sobre quem seria o Presidente recaiam, todas, nas ruas e nos bastidores, sobre Flávio Obino. Sabia-se que Guerrero dava sinais de querer continuar, mas a gestão 2000 tinha deixado profundas cicatrizes e isto havia tornado quase impossível sua reeleição. Vivíamos os últimos suspiros da época dos Caciques, e o Conselho Consultivo dava as cartas e ditava as regras no clube, não adiantava nem se amotinar no CD, a esmagadora maioria fumava o cachimbo da paz. Os poucos que falavam era tidos como loucos, eram vistos de lado e ali eu me acostumei com as tais vistas grossas. Numa quarta à noite, bem próximo às eleições e quando avançavam as especulações pró Obino em todos os cantos, entrei na falecida e saudosa Churrascaria Mosqueteiro e lá encontrei num canto, quase escondido, jantando e recuperando as forças de um dia de trabalho, se aprontando para o jogo que em instantes ia correr, o amigo ANTONIO VICENTE MARTINS, com quem, diga-se de passagem, tive a honra de iniciar no clube em 1993, ambos diretores jurídicos – ele mais experiente no clube era sem dúvida um advogado diferenciado na Justiça Esportiva, conhecia o riscado como poucos. Nossos destinos políticos nos separaram, mas sempre mantivemos o respeito e admiração um pelo outro, em que pese incontáveis divergências, o que é antes de tudo saudável. O papo rolou célere, e claro, a minha curiosidade: o que ele achava do Dr. Flávio Obino. A resposta foi direta: sou suspeito para falar, sou amigo de toda a família e penso que é o Presidente ideal para o Centenário. AVM vinha da gestão Guerrero e não tinha saído dela lá com imensa satisfação, mas o que lhe apegava à idéia esposada não se vinculava a isto, e sim à sua confiança no Dr. Obino. Confiança que era de muitos, na verdade, de quase todos.
2.1. A opinião de AVM não era solitária, evidente, era quase um consenso no CD. A reunião do CONSULTIVO que decidiu o futuro do Centenário teve inicio sem a presença do Presidente Odone, sempre atrasado... Reunidos, todos os caciques entenderam que OBINO era o nome ideal para dirigir o clube nos seus 100 anos, sob restrição de Hélio Dourado, o único a ressalvar que ele, Obino, era um ótimo legislador mas não seria um bom executivo. Guerrero se curvou diante da decisão majoritária e em meio a isto chegou o Presidente Odone que emocionou-se, fez um longo discurso e, claro, chorou ao saudar o velho Caudilho como o seu, o nosso, o Presidente – sim chorou comovida e copiosamente. Saíram todos abraçados e comemorando, talvez à exceção de Guerrero.
2.2. Obino foi aclamado num CD com mais de 300 conselheiros reverenciando-o. Mas eram novos tempos também. Pelas mãos do não menos criticado Fachin – e por motivos semelhantes aos de Obino então...nunca ganhara nada e etc... o Movimento Grêmio Novo ingressava no CD e com ele Eduardo Antonini se tornou diretor da gestão Flávio Obino.
2.3. Entre tantas comissões, Flávio Obino nomeou uma para projetar as categorias de base. Eu fui incluído nesta comissão presidida por nada mais nada menos que César Cidade. Sabem qual a minha participação efetiva nesta comissão ? Nenhuma, Não possuía conhecimento do assunto e o tempo me faltava, fui um mero expectador do trabalho zeloso, dedicado, de inteira entrega, de uma pessoa discreta, gremista dos quatro costados que, sem alardes, anonimamente, projetou um trabalho que mais tarde nos deu ANDERSON, LUCAS LEIVAS e CARLOS EDUARDO, cujas vendas, a partir de 2005 quando eu cheguei Vice com Odone de Presidente salvaram as finanças do clube e nos permitiram voltar para a 1ª divisão e ainda, logo adiante, chegarmos a uma final de LA.
2.3.1. Sabem quem mais deu ? Marcelo Grohe – e nem vou falar em Galato o herói da batalha. A CÉSAR O QUE É DE CESAR, ontem ele certamente, num canto qualquer do campo e ou do vestiário, em meio às preocupações com a exibição do time deve ter deixado escapar um sorriso, discreto como ele, no canto dos lábios ao pensar no pênalti defendido.
2.4. As responsabilidades e glórias pelas vitórias são fáceis de ser repartidas e os padrinhos dos gênios se multiplicam, em cada canto aparece um com o dedinho em riste dizendo: este foi eu quem trouxe. Jardel tem 1.239.432.225 padrinhos. Jacaré ninguém sabe como parou aqui, tudo que se diz é desmentido. Retirando-se os discretos – Cidade – cada vez mais raros, me constrange saber que um número considerável se sente partícipe da vitória mas longe do fracasso. Por isto me irrita, é esta a expressão, quando aparece um que outro idiota - me desculpem de novo – e aponta um expúrio ´dossiê` para comprometer a imagem de alguns.Estes oportunistas de ocasião, que nada ou muito pouco sabem da história do clube, estão sempre dispostos a acusarem, sem nenhuma contribuição concederem.
2.5. É simples. Todos tivemos direta responsabilidade pela eleição Obino, todos, e todos os grupos políticos de hoje participaram dela decisivamente. Quem disser que não = MENTE. Obino fez o que fez e o que pode. Foi honesto, íntegro, se virou como deu, em determinado momento ficou solitário, praticamente abandonado. E todos temos responsabilidade no seu fracasso. Faltou competência a ele. Sim. E a nós também. Desconfiem de ´dossies` paraguaios que contam a história que é escrita por quem ou não fez parte dela e não sabe o que diz, ou é mau caráter é diz o que diz com o propósito canalha de atingir propósitos deploráveis. E quem propaga idéias do tipo ou é do mesmo time dos canalhas ou ignorante. Escolham. Estes não fazem a história, estes fazem a mentira da história, é a parte cancerosa dela.
- O FUTURO. A HISTÓRIA CONTINUA. Penso que temos que viver jogo a jogo. Que original não ? É, mas o futebol não é original, ele se repete. Julinho chegou em meio a um fogo cruzado e a imensas turbulências no Olímpico. Precisa de tempo e paz para trabalhar. Falcão ficou 90 dias e sustentou que não teve tempo para fazer seu trabalho. Que tempo teve Julinho ? Nenhum. Considerando que efetivamente debutou contra o Curitiba ontem foi seu segundo jogo, somou 4 pontos em 6 – e auxiliava Falcão que em 6 perdeu todos.... Convenhamos, independentemente do time ontem não ter jogado bem, o que importa de imediato é isto. Demos adeus ao título, sem dúvida, e a LA fica cada vez mais difícil. A meu juízo nenhuma hipótese de rebaixamento. O Grêmio, se for inteligente, começa a pensar 2012. Podemos ficar ali pela Sul Americana – é o mais real – e se der a LA bem ai seria um título quase. Aos poucos separando o joio do trigo e quem sabe no ano que vem, se bem pensando, não podemos fazer algo que há 10 anos não fazemos mais: ganhar um título importante. Até lá, e conformados agora com o que estamos colhendo, mas perseguindo o que podemos plantar, será possível mais do que deixar o treinador fazer seu plantio. Vamos deixar esta nova direção fazer também o seu.
3.1. Tirando Odone, velho Caudilho ( por sinal hoje li um idiota que me chamou de caudilho – como os ignorantes se multiplicam, impressionante esta faceta da existência, eles brotam do chão como ervas daninhas – bem, à evidência, ele não tem o menor conhecimento de história e, se tem, engrossa o time dos de pouca ou nenhuma índole, ou, ainda, na melhor das hipóteses, é fruto do açodamento, uma espécie de ejaculação precoce que acomete os pseudo intelectuais ) há muita cara nova no CD e na direção. E me parece que Odone é o ULTIMO CACIQUE. Nos novos está o futuro do Grêmio. Mas eles precisam de duas coisas de forma imperiosa: humildade ( modéstia sem deslumbramento ) e tempo ( aposta dos mais velhos e confiança nas suas obras ). A primeira, passa por iniciativa e cometimento dos próprios que devem entender que têm de olhar prá frente e sepultar ranços desnecessários – já bastam os que existem e que estão dificeis de nos livrarmos - a segunda passa pela compreensão e ajuda dos mais velhos. Se os primeiros não entenderem isto e se os segundos não tiverem o despreendimento de entenderem que o ´nosso tempo` já passou e que os novos tempos são dos que assumiram e a eles é dada a hora e a vez de construírem ou reconstruírem o nosso clube, bem ai amigos imortais, vamos passar o resto dos nossos dias uns culpando os outros pelo que fizeram ou deixaram de fazer e de dois em dois anos o Governo troca de mãos em meio a um infindável jejum. O passo mais importante deve ser dado pelos mais velhos, ajudem, se quiserem, MAS PAREM DE FAZER SOMBRA porque isto não vai nos levar a lugar algum. Salvo se acham que aonde estamos está bom.
Abraço a todos e grande final de semana aos amigos ...
aos inimigos = adoro vocês, não viveria tão bem não fosse a importância que me dão ..... rsrsrs !
Carlos Josias
Parabéns pelas sábias palavras. Não o conheço, sou Gremista simplesmente,a companho meu time de longe, nunca fui da direção, nem do conselho. Acho que se não houver humildade para pensarmos o Grêmio como instituição máxima, nunca iremos a lugar nenhum. Temos que acabar com os pavões que usam o cargo para se projetarem, a começar pelo Odone a quem chamo de Pavone (mistura de pavão com o Odone). Temos que pensar em competência, profissionalização e seriedade no comando do clube. Quando tivermos isso e junto com a força da tocida, seremos imbativeis. Podemos nos projetar como o maior clube da América.
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