Crítica ao goleiro Marcelo Grohe
Caro
Sant’Ana
Creio que tenho a liberdade de poder
chamá-lo assim, com certa familiaridade, eis que nos conhecemos pessoalmente
faz muito tempo, antes mesmo de sermos colegas na Faculdade de Direito, lá no
início dos anos 70.
Acompanhei o teu extraordinário
crescimento profissional, até o ápice da carreira jornalística, com a
consagração e o reconhecimento público da tua competência.
Porém, não posso silenciar diante
dos termos da tua coluna de hoje (postada na ZH e no Blog – Paulo Sant’Ana) sob
o título “calem-se”.
A prima facie, a referência faz supor que é dirigida aos teus colegas
da crônica esportiva. Mas, como o alvo da dura crítica é um atleta do Grêmio,
cuja nação torcedora atinge a vários milhões de apaixonados, resta evidente que
é direcionada a todos os que contigo não concordam.
Pois bem, Paulo, tens o direito de
escrever o que entender relevante, mas, com todo o respeito que lhe devo, não
tens o direito de agredir um profissional dedicado e competente como o nosso
goleiro Grohe. Principalmente utilizando o “canhão” midiático que tens acesso,
sem conceder – ao ofendido – qualquer chance de defesa.
Na condição de protetor das
injustiças, como vens provando dia após dia nos teus espaços, fica inexplicável
que, neste caso, venhas a praticar um ataque desproporcional a um cidadão que
pode até ter falhado ontem, mas que na soma das atuações tem crédito suficiente
para ganhar a simpatia da torcida.
Culpá-lo pela provável (suposta)
perda da colocação no G4 é – data vênia – pretender mascarar os motivos reais
do Grêmio não ter mais pontos na tabela. Por favor, Sant’Ana, não desmereça a
inteligência dos teus leitores e admiradores.
Então, correndo o sério risco de me
tornar alvo da tua ira, o que será – adianto – somente mais uma injustiça, eis
que discordar de ti nunca foi ou será ofensivo, ponho a cara para sugerir,
humildemente, que tu procure manter os atributos que te levaram a ser o mais
festejado jornalista da história deste Estado, para não ser lembrado –
especialmente pelos que te querem bem – como um mito que a decadência
desvestiu.
Não te cala, para nosso deleite.
Mas, também não nos peça para calar diante das injustiças. Como a do caso em
tela.
Forte abraço