O GRÊMIO E A FAXINEIRA

1.SOBRE O TÍTULO. Minha faxineira vem as 3as e as 5as feiras. É uma alegria vê-la pelas manhãs destes dias. Pessoa querida, amável, religiosa, sempre sorrindo e sempre com um verbete bíblico de esperança. Mas o agrado melhor de vê-la ( que egoísmo ) é mesmo pela casa e roupas que precisam de arrumação, lavagem, secagem....passar....porque invariavelmente quando ela chega o caos se instalou. Mas estes são os dias que mais me incomodam ao voltar à noite para casa. A TV está na cozinha, a Geladeira na sala, o Vídeo do PC debaixo da cama, as minhas roupas na cama do meu filho e as dele na minha. Até terminar de recolocar tudo nos seus devidos lugares são altas horas, sem o chato do Serginho do programa global. Um horror. Quando termino estou exausto e a coitada deve ficar com as orelhas ´rojas` de tanto que me dirijo a ela com vocabulário nada amistoso. Nunca um retratar foi tão apropriado como o do admirável Nei Lisboa:

Faxineira, fascinante
Como pode ser assim
Num instante fascinante
De repente tão ruim?

1.1. Pois o time do Grêmio me lembra a minha faxineira. Não é um time é um ciclo(timi)co ! Num instante, fascinante, de repente tão ruim. Como pode ?

1.2. Não sei. Que Grêmio temos? Aquele de atitude dos últimos jogos antes do Vasco ou o deste ? Da dupla carioca, Fla e Vasco, levamos 7! Que time é o Grêmio o da Faxineira pelas manhãs das 3as e 5as ou da Faxineira que me dessarruma o que estava arrumado?

1.3. Pois me vi nesta desagradável coincidência. Tal qual o Grêmio que se desastrou minha faxineira caiu de uma cadeira, quebrando duas vértebras. Está internada num hospital sem data para sair a pobre.

1.4. Seria cômico se não fosse trágico. Imediatamente me vem à mente, assim, humoradamente: ruim com ela, pior sem; ruim com ele, pior sem. Não vivo sem os dois .... definitivamente !

2. Francamente, não quero comentar o jogo, afinal adianta dizer que até os 2 x 0 estávamos bem ?

2.1. O Vasco jogou no contra ataque, quando o Grêmio é que joga assim desde 1903. Toma 1 x 0 e sai ? Não, isto é coisa de time do interior cujo furo na defesa os intima a sair e ai vai uma montanha..... Mantém o esquema cauteloso, pó... não estou falando de ferrolho, de retrancão, não, estou me referindo à tranqüilidade, à serenidade ... toca a bola ... calma. E meta contra ataque do Vasco. 4 x 0. Que coisa. Alguém referiu que o gol cedo do Vasco nos fez abrir e levar o resto. Ora, o Grêmio cansou de virar ou empatar jogos que saiu atrás mantendo o jeito ... Este sempre foi o nosso jeito ( escuto o Elvis Presley ... this is my way ...deixa pra lá ). Lembro a CB de 1997, 100 mil flamenguistas não nos fizeram perder a calma, e trouxemos o caneco.

2.2. Roth foi claro. Falhou o coletivo. Se ele dissesse falharam as individualidades, bem ai eu diria, falha delas. Mas em sendo o coletivo de quem é a falha ? Dele. A declaração – desculpa, talvez necessidade de transferir a responsabilidade – foi uma confissão. Ou um tiro no pé. Se acertou em jogos que ganhamos e mantivemos a atitude, ontem por reconhecimento do próprio, a culpa é dele.

3. Do co-irmão não poderia deixar de fazer uma breve referência. Definitivamente restou imortalizado ( ele que tanto inveja esta nossa ´adjetivação` ) como protagonista de um dos maiores vexames da história do futebol no jogo contra o Mazembe. Quem ainda achava que aquilo não foi mico, tava com a razão ... foi um GORILA ....Veja em http://asultimasdocqc.blogspot.com/2011/08/felipe-andreoli-lanca-livro-dos-piores.html

Que venha o Botafogo ... vamos ter que ajuda-los ... ainda esta !

Saudações Tricolores

Carlos Josias

UM SÁBADO PARA SER ESQUECIDO

Em uma noite em que nada deu certo para o Grêmio, a equipe comandada por Celso Roth foi goleada em São Januário e viu o sonho de se aproximar da zona da Libertadores ficar mais longe. Com os 4 a 0 do Vasco, na noite deste sábado, pelo segundo turno do Brasileirão, o tabu de 18 anos sem vitória gremista no estádio foi mantido. No primeiro tempo, Élton e Diego Souza marcaram. No segundo, Eder Luis e Fagner completaram o placar elástico.

Ainda no aguardo do complemento da 24ª rodada, o Grêmio segue em 12º lugar, com 30 pontos, correndo o risco de perder duas posições no domingo. Já o Vasco assumiu a liderança do campeonato, com 45.

Vasco marca cedo

Com o São Januário cheio, o Vasco entrou em campo animado, disposto a buscar um gol logo no início do jogo. E conseguiu. Nos primeiros minutos, o jogo foi todo da equipe da casa. O resultado não podia ser outro. Aos quatro, Elton abriu o placar, com cruzamento de Eder Luis do lado direito. A zaga do Grêmio não segurou o atacante, que empurrou rasteiro, vencendo Victor. 

E era justamente pelo lado direito do campo do que o Vasco mais atacava, aproveitando a velocidade e habilidade de Eder Luis. Fagner aparecia para apoiar por ali, enquanto Élton era sempre uma opção dentro da área.

O Grêmio tentava encontrar um melhor jeito de sair com a bola rumo ao ataque, mas encontrava dificuldades. Com uma chance na bola parada, aos nove, Marquinhos cobrou falta e André Lima cabeceou de costas para o gol, mas mandou para fora. Um minuto depois, Escudero recebeu na área e caiu na dividida com Dedé. Mas a arbitragem mandou seguir.

Aos 15, nova oportunidade boa para o Grêmio, desta vez com a bola rolando. Douglas lançou André Lima na entrada da área e ele arriscou dali mesmo. Mas o centroavante errou o alvo.

Na metade do primeiro tempo, o Grêmio melhorou. Ajeitou um pouco o posicionamento e encontrou novas possibilidades de avançar, principalmente pelos lados, com Mário Fernandes e Julio Cesar no apoio.

Em cruzamento rasteiro de Marquinhos, aos 25, por pouco a bola não entrou. Passou pela frente do gol e, com marcação forte em cima de André Lima, o centroavante não conseguiu concluir.

Mas o Vasco não demorou para recuperar a superioridade na partida. Quase repetindo o lance do primeiro gol, Eder Luis colocou a bola na área para Elton, mas desta vez Saimon apareceu na hora certa para cortar.

A pressão vascaína logo resultaria em mais um gol. Aos 32, dois lances em sequência assustaram os gremistas. Primeiro com um chute de Eder Luis de fora da área, que Victor espalmou. No rebote, Elton mandou por cima.

Aos 33, não teve jeito de segurar o ataque do Vasco. De longe, Fellipe Bastos lançou na medida para Diego Souza, que corria pela esquerda. Ele passou por Edcarlos com um drible bonito e chutou. Victor não conseguiu defender.

Sem se abalar, o Grêmio tentou reverter a situação. Aos 37, Fernando arriscou de fora da área, mas a bola foi para fora. Aos 42, uma boa jogada do trio de meias por pouco não terminou com a rede balançando. Marquinhos cruzou rasteiro, Douglas recebeu e passou para Escudero. O argentino chutou forte da entrada da área e Prass espalmou. No rebote, Julio Cesar levantou e Marquinhos cabeceou. A bola desviou na zaga e o goleiro pegou mais uma vez.

Aos 46, Elton não conseguiu concluir para o gol após lançamento para a área. E minutos depois o primeiro tempo terminou.


Goleada vascaína

Os dois times voltaram do intervalo sem alterações. Logo aos três minutos, o zagueiro Saimon levou cartão amarelo por falta dura. Foi o terceiro dele, que cumprirá suspensão diante do Botafogo, no Olímpico, na próxima rodada.

Aos sete minutos, o Vasco chegou com força pela primeira vez no segundo tempo. E não desperdiçou. Diego Souza fez lançamento longo para Fagner no lado direito – quando os jogadores do Grêmio reclamaram posição de impedimento, que não houve – e o lateral cruzou para a área. Eder Luis, livre, fuzilou o gol de Victor para marcar o terceiro.

A torcida vascaína passou a empurrar ainda mais a equipe. Muitas vaias quando o Grêmio tocava na bola, e muitos aplausos quando o Vasco estava com ela.

Celso Roth, percebendo que o Vasco tomava conta do jogo, fez duas substituições em sequência. Leandro entrou no lugar de Escudero e Adilson no lugar de Douglas. Com três volantes, o treinador tentou segurar um pouco mais o adversário. Mas não deu muito certo.

Pouco depois, aos 17, o Vasco marcava seu quarto gol. Mais uma vez pelo lado direito – o esquerdo da defesa do Grêmio –, Diego Souza passou por Fernando, já dentro da área e deixou para Fagner, que vinha de trás, concluir. Ele acertou um chute forte e saiu para comemorar.

Mesmo com a grande vantagem no placar, o Vasco não se descuidou da marcação e continuou ameaçando o Grêmio, que não conseguia chegar com perigo no campo adversário.

Aos 27, Roth fez sua última troca, com Gabriel no lugar de Fernando. E a substituição não surtiu efeito. O Grêmio continuou errando passes, e jogadores que vinham sendo destaque nos últimos jogos não tiveram boa atuação.

O técnico interino Cristóvão Borges fez sua primeira modificação aos 31, tirando Élton e promovendo a entrada de Bernardo. Aos 38, foi a vez de Eder Luis sair para Leandro, ex-Grêmio, entrar. Dois minutos depois, a terceira e última troca: Éder Luís por Allan. Com isso, o Vasco ganhou mais um tempo para manter a larga vantagem sobre o adversário.

E somente nos momentos finais o Vasco freou um pouco. Continuou com mais posse de bola, com boa troca de passes, mas não ameaçava tanto como antes. Mesmo assim o Grêmio não incomodou o adversário. Aos 44, Mário acertou um bom cruzamento, mas Rômulo saltou mais alto que todo mundo e colocou para escanteio. Na cobrança de Marquinhos, a zaga vascaína cortou.


Ficha do jogo

Vasco (4)Fernando Prass, Fagner, Dedé, Renato Silva e Jumar; Rômulo, Eduardo Costa, Fellipe Bastos e Diego Souza (Allan); Eder Luis (Leandro) e Élton (Bernardo).
Técnico: Cristovão Borges.

Grêmio (0)Victor; Mário Fernandes, Saimon, Edcarlos e Julio Cesar; Fernando (Gabriel), Fábio Rochemback, Douglas (Leandro), Marquinhos e Escudero (Adilson); André Lima.
Técnico: Celso Roth.

Estádio: São Januário, Rio de Janeiro.
Horário: 18h.
Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (MG/Fifa), auxiliado por Guilherme Dias Camilo (MG) e Fábio Dutra (TO).
Gols: Élton e Diego Souza no primeiro tempo; Éder Luís e Fagner no segundo tempo.
Cartões amarelos: Dedé (Vasco); Saimon, Julio Cesar (Grêmio).
Público total: 19.757.
Renda: R$ 400.095,00.